Para quem cresceu nos anos 2000, o dia 8 de novembro de 2005 não é apenas mais uma data. É a marca de quando nossas salas de estar se tornaram palcos de estádio, e nossas mentes foram abertas para um panteão de deuses do rock e do metal. A Harmonix e a RedOctane soltaram Guitar Hero para o PlayStation 2, e nossas vidas musicais nunca mais foram as mesmas.

O PORTAL PARA O UNDERGROUND (E ALÉM)

Esqueça as aulas de música. Nosso verdadeiro mestre veio em forma de controle de guitarra. Aquela réplica de plástico da Gibson SG não era só um periférico; era um portal. Cada "palhetada", cada botão colorido esmagado, era um degrau na escada que nos levava ao som que realmente importava.

Mas o grande trunfo de Guitar Hero não foi apenas a diversão de simular um guitarrista. Foi a iniciação.

Quantos de nós, adolescentes desavisados, ouvíamos "Iron Man" do Black Sabbath pela primeira vez enquanto tentávamos manter o combo? Ou nos sentíamos invencíveis ao passar "Bark at the Moon" do Ozzy? E quem pode esquecer a epifania de "Through the Fire and Flames" do DragonForce, que não só nos fez suar como loucos, mas nos jogou de cabeça em uma banda que talvez nunca tivéssemos conhecido?

O jogo não veio com 30 músicas; veio com 30 aulas de história do rock e do metal. Ele nos deu um gostinho do que era pesado, rápido, melódico e insano, e nos empurrou para buscar mais. Foi o "empurrão" que muita gente precisava para mergulhar de cabeça em discografias inteiras.

O LEGADO QUE FORJOU HEADBANGERS

Mais do que milhões de cópias vendidas e bilhões em faturamento, o verdadeiro legado de Guitar Hero é a legião de fãs de metal que ele criou. Ele foi a porta de entrada para muitos. A centelha que acendeu o fogo. O jogo que provou que, sim, música pesada pode ser divertida, viciante e, acima de tudo, um caminho sem volta para a paixão por bandas que marcaram (e ainda marcam) nossas vidas.

Vinte anos depois, a nostalgia é forte. A gente ainda se lembra da dor nos dedos, da frustração nos solos mais difíceis, e da alegria de finalmente conseguir um "Star Power". Mas, acima de tudo, a gente lembra das bandas. Das músicas. Do universo que Guitar Hero nos abriu.